segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Ser poliglota ou não ser, eis a questão

Hoje aconteceu. Um casal de franceses, uma senhora inglesa e um outro casal de espanhóis.
Procuravam pão, procuravam um restaurante, procuravam os correios
Cada um deles, dirigiu-se a mim na respectiva língua materna. A cada um deles eu respondi em francês, inglês e espanhol.
Causa-me incómodo, confesso. Eu estou atrás de um balcão e preciso vender, tenho que ser simpática  e prestável mesmo quando não me apetece ou a quem não me dirige sequer, um bom dia.
É suposto. É do meu interesse. Quando é da porta da mercearia para fora já é outra conversa, aí sou eu e não a comerciante.

Mas cada vez que isto acontece fico a pensar no assunto. Porque nós portugueses temos uma tendência inata para nos adaptarmos aos outros, quase numa submissão natural.
Não houve uma vez sequer em que eu, num país estrangeiro, me tenha dirigido em português a quem quer que seja. Mas o contrário acontece muito, principalmente no que toca aos franceses e aos espanhois. Não querem? Não tentam? Não sabem? Ou estas todas juntas...
Não são o português e o espanhol línguas tão idênticas e com tanto em comum, tão perceptíveis a ambos os naturais?
Se eu consigo fazer o esforço, porque não fazem eles?
Está bem que as línguas nomeadas são universais, são as mais comuns. Mas quer dizer, não será, também, uma questão de cortesia?

Como em tudo, não há duas situações idênticas, e por isso mesmo a minha reacção vai variando. Enquanto forem franceses, ingleses e espanhois a fazê-lo, ainda vá, quando me aparecerem vietnamitas, islandeses ou quenianos aí piora...

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